Notícias

Pesquisar
Assunto
Data de
Data até
Autor
Veículo

27/01/2020 00:00

Valor Econômico| Valor Econômico

O exemplo de Oslo, a capital mais verde do mundo

Com quase 70% de sua área pública ocupada por parques e jardins, a capital da Noruega, Oslo, é considerada a cidade mais verde do mundo, segundo o ranking do World Cities Culture Forum, iniciativa que conta com o apoio da Bloomberg Philanthropies.

Para conseguir esse resultado, que lhe valeu também o título de Capital Verde da Europa em 2019 e um lugar entre as 20 cidades mais sustentáveis do mundo de acordo com o Global Destination Sustainability Index (GDS Index), a cidade adotou nas últimas décadas uma política de desenvolvimento econômico que anda de mãos dadas com o desenvolvimento ambiental e urbanístico: a circulação de carros no centro da cidade foi limitada ao mesmo tempo em que o uso do transporte público (movido por energias renováveis como o biogás) cresceu 50% desde 2007. A disponibilização de bicicletas e de infraestrutura para o ciclismo também aumentou. Com menos carros nas ruas, a cidade conseguiu trocar estacionamentos e vias pavimentadas por espaços verdes.

Várias cidades no mundo despontam como mais ambientalmente amigáveis. Portland, nos EUA, é outro bom exemplo. Além de preservar e aumentar áreas verdes, está diminuindo a supremacia e o espaço dos carros. Isso tem efeito direto no percentual de pessoas que podem caminhar e andar de bicicleta na cidade, reduzindo a poluição atmosférica oriunda dos carros, diz Mauro Calliari, mestre em urbanismo pela FAU/USP com foco em espaços públicos.

Ele acrescenta que em São Paulo, falta uma direção estratégica em relação ao tema. São Paulo, pela sua importância, deveria estar na linha de frente das ações de sustentabilidade, o que não acontece hoje, diz Calliari, lembrando que a capital paulista faz parte do grupo Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima, uma rede global criada em 2005. Deveríamos estar inspirando outras cidades a encararem o aquecimento global e as áreas verdes são parte fundamental dessa estratégia, diz Calliari. Para a arquiteta e urbanista Paula Hori o problema de São Paulo não é a extensão das áreas verdes, mas a sua conservação, distribuição, acessibilidade e infraestrutura para o uso da população. A capital tem áreas verdes muito extensas como a Guarapiranga e a Cantareira, nos extremos da cidade, mas elas não estão adequadas para o uso da população, diz ela.

Além de proporcionar melhor qualidade de vida para seus habitantes, cidades mais verdes também atraem mais negócios. Elas se tornam destinos mais atraentes para as grandes empresas e marcas que precisam organizar eventos alinhados com a responsabilidade social empresarial. Organizações e participantes querem ser mais responsáveis, agora mais do que nunca, diz Noah Joubert, consultor de sustentabilidade do GDS Index, parceiro do Programa de Turismo Sustentável One Planet da ONU.

Ele ressalta que nenhuma cidade da América Latina faz parte do índice, pois nenhuma delas se inscreveu para ter seus indicadores analisados. A coleta de dados sobre o nível de sustentabilidade é o primeiro passo para criar um roteiro a fim de alcançar um futuro mais sustentável. Precisamos saber onde estamos, para decidir como queremos seguir em frente.



Comente

Nome
E-mail
Comentário
  * Escreva até 1.000 caracteres.
 
 



Envie o link desta página um amigo

Seu Nome
Seu E-mail
Nome do seu amigo
E-mail do seu amigo
Comentário